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Calendário Pagão: 28 de Novembro - Festival à deusa Sophia



Sophia pode ser sabedoria como a face feminina de Deus ou a Deusa. E o interessante é que Sophia, em grego, tem o phi. Bem, então Sophia em grego, "hohkma" em hebraico, "sapientia" em latim, tudo significando sabedoria. Como Deusa da sabedoria, Sofia possui múltiplas faces: Deusa Negra, Divino Feminino, Mãe de Deus. E o interessante é que Sophia, em grego, tem o phi. Bem, então Sophia em grego, "hohkma" em hebraico, "sapientia" em latim, tudo sigficando sabedoria. Como Deusa da sabedoria, Sofia possui múltiplas faces: Deusa Negra, Divino Feminino, Mãe de Deus. Sofia é um aion (entidade de poder divino), filha de um par primordial de invisíveis e inefáveis seres transcendentais, chamados de Profundidade (masculino) e Silêncio (feminino). Deste par surgiram 30 emanações ou Aions, compostos de um Aion masculino e um feminino cada. Sofia separa-se de seu par, que em muitas variantes do mito é chamado de Vontade. Tendo perdido seu gêmeo, o seu amor divino é pervertido em "hubris" ou orgulho excessivo e arrogante. Ela abandona o caminho do "coração que compreende" (gnosis kardias) e vai em busca do conhecimento apenas do poder da mente. Distante do abraço da totalidade divina e dos braços de seu consorte, sem ter entendido a natureza do par primordial, ela se torna convencida da futilidade de seus esforços mal concentrados. Entretanto, sua paixão pelo conhecimento e seu desejo pelo pai-mãe tiraram de dentro de seu ser entidades curiosas, que subsistiram como criaturas vivas e impuras no abismo. Sofia neste instante, parece dividir-se em duas personalidades; uma mais elevada e outra inferior. Sofia mais elevada é purificada e equilibrada, pois encontra-se unida ao seu consorte, restaurando assim a integridade da ordem divina. A Sofia inferior, em contrapartida, permanece na escuridão externa, onde ela dá vida à um monstro disforme descrito como "fruto feminino fraco". Pouco a pouco, numerosos arquétipos de luz e trevas se acercarão dela. O Demiurgo, tirânico princípio criador e preservador dos cosmos diferenciado e material, ganha vida, assim como sua contraparte espiritual, o Jesus Aion. Jesus desce até o universo material, onde irá resgatar Sofia do domínio do Demiurgo, que a mantém cativa, do mesmo modo que Teseu aventura-se para salvar a donzela-sábia das garras do touro-monstro. A tarefa de salvar Sofia só se concretiza através do amor sexual e marital entre os dois, que provocará a purificação e o autêntico despertar. Jesus seria então, um "noivo celestial" que resgata sua amada. A imagem de Maria Madalena surge aqui, pois numerosas passagens nas variantes gnósticas dos Evangelhos revelam que esta figura feminina é a encarnação de Sofia. Resta-lhe ainda, desculpar-se com os doze poderes governantes que hostilizou com seus caprichos, ato este denominado de doze arrependimentos. Sofia chora aos doze poderes e conquista sua influência poderosa. Guiada por poderes angélicos e arcangélicos e sustentada pelo amor de seu noivo Jesus, ela entra em seu eterno lar de luz e de alegrias sem limites. Assim termina a história de Sofia, que depois de descer para a alienação e o caos, invocou à Luz, recebendo a força e a santificação de sua união com Jesus, recupera seu Trono da Sabedoria. Do ponto de vista psicológico, Sofia pode ser definida como a personificação da necessidade de individualização. Sua história segue o padrão clássico dos quatro estágios do drama grego: o conflito, a derrota, a lamentação e a redenção ou solução conseguidas com o contato com o Divino. Este padrão quádruplo é a manifestação da imagem quádrupla da totalidade, celebrada por Jung. Sofia, não é somente uma alma feminina, mas a alma de todas as coisas e pessoas. Todos nós estamos à procura da nossa totalidade. Assim como Sofia, vagamos por caminhos incertos, nesta frenética busca. A salvação do homem é a união com a mulher dentro da sua alma (anima), enquanto que a libertação da mulher depende da comunhão com seu gêmeo masculino (animus). Sofia, grávida do conhecimento, convida-nos para beber de sua taça da sabedoria. Entretanto, o maior problema das mulheres hoje, é não se permitir abrir-se para o novo, pode ser para uma chuva que cai descompromissada, para uma nova relação ou um novo conhecimento. Ficar parada é não correr risco, mas também a vida passará e você deixou de vivê-la. É hora de reflexão, de silêncio e de introspecção. É hora de ouvir e sentir o que nunca ouviu ou sentiu. O tempo passa para todos nós, mas como gastá-lo é que faz a diferença. É somente com a incerteza e o afastamento de tudo que nos é familiar que processa-se o crescimento espiritual e, em tais momentos, é que podemos avaliar profundamente nossas vidas. Nem toda nossa cultura oferece-nos a sustentação para aprofundarmos espiritualmente. Quando nos dedicarmos a ouvir a nossa Sofia interior, conseguiremos tudo o que precisamos. Todos nós, homens e mulheres, já reproduzimos ou ainda vamos reproduzir o caminho de Sofia, a eterna busca do sentido divino. Jesus disse: "Onde estiver o seu tesouro, aí estará seu coração". Sofia não buscava somente o sentido da busca, mas buscava também seu coração. A figura de Sofia não desapareceu, ela permanece como a principal inspiração por trás de inumeráveis simbolizações místicas da sabedoria feminina através das eras. Sua mão oculta é vislumbrada no culto à Virgem Maria e nas musas femininas dos poetas sufis. Nossa Senhora Sofia com sua sabedoria de coração que compreende ainda está desperta! Sofia é o mistério da vida, É o conhecimento do corpo e da alma, Sofia é sabedoria!


Fonte: http://cantinhodosdeuses.blogspot.com/2011/03/deusa-sophia.html


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